Como alguém que já me tiver lido nalgum lado sabe certamente, Gregg Gillis é o meu herói pessoal. Um set ou um disco dele é basicamente uma grande parte do meu gosto musical num só sítio. O que ele faz com as canções dos outros é algo divinal, pega nas suas melhores partes e junta-as, sobrepõe-nas, de uma maneira que não é a mesma usada pelos produtores de hip-hop normal nem pelos produtores de hip-hop instrumental. Clássicos? "Juicy" do Notorious B.I.G. por cima do piano de "Tiny Dancer" do Elton John. "My Neck, My Back" da Khia por cima do piano de "Right Here Waiting" do Richard Marx ("Non-Stop Party Right Now", do seu disco Unstoppable, continua a ser um das coisas mais bem conseguidas de Girl Talk). E "Holland 1945" dos Neutral Milk Hotel alternado com "There It Go (The Whistle Song)" do Juelz Santana. É só o "1, 2, 1, 2, 3, 4" do Jeff Mangum e o assobio, mas chega e sobra para me pôr aos saltos. E, por falar em bandas Elephant 6, Gregg Gillis vai fazer uma remistura de "Gronelandic Edit" do último disco dos Of Montreal. Isto vinha na Pitchfork sexta-feira, só reparei agora.
É uma maneira óptima, num momento em que isso se perdeu completamente, de antecipar um lançamento que não é bem um lançamento. Toda a gente diz que, neste mundo de leaks e em que tudo está acessível a quem quiser, se perdeu a espera por um lançamento, por um disco. O último disco que me lembro de esperar realmente para ir comprar foi Midnite Vultures do Beck em 1999, quando tinha 12 anos. Depois fiquei desiludido porque para aí uma semana após isto acontecer descobri que havia uma edição em digipak, mais catita, mas, tendo em conta o tempo que já passou, acho que fiquei mais bem servido. Hoje em dia, se tivesse optado pelo digipak, já se teria deteriorado totalmente. Mas isso nunca fez parte da minha vida. Até certo ponto, é possível argumentar que se espera por um leak ansiosamente. Ou que se espera que um disco chegue pelo correio, como o último de Old Jerusalem ou o último do Sam The Kid, só acessível desta forma e neste contexto a quem recebe promos, ou o último do Dizzee Rascal, que encomendei. Mas esperar por um mp3 que aparecerá num site gratuitamente é algo que não acontece muito.
Gregg Gillis não é só o mestre dos mash-ups-canções, também é um remisturador incrível. "Let's Call it Off", dos Peter, Bjorn and John, era originalmente uma boa canção presa num arranjo sub-Yo La Tengo banal e até por vezes irritante. Nas mãos de Gillis - que tem um projecto para remisturas chamado Trey Told'Em, mas parece só usá-lo para melhorar canções de bandas desinteressantes como os Tokyo Police Club -, transformou-se num dos melhores singles do ano (ou do ano passado), com o melhor uso de steel drums desde "Wamp Wamp (What it Do)" dos Clipse e algo que devia ser um clássico das pistas de dança de todo o mundo. É por isso que não posso esperar pela remistura dos Of Montreal, cujo Hissing Fauna, Are You The Destroyer? parece ser o primeiro disco deles distribuídos cá e o mais recente numa sucessão absolutamente delirante de discos pop perfeitos que dura desde o Satanic Panic in the Attic de 2004, quando Kevin Barnes percebeu bem o que tinha a fazer, que não eram só canções perfeitas, eram também os arranjos perfeitos, o funk, os baixos e os falsetes.
É uma maneira óptima, num momento em que isso se perdeu completamente, de antecipar um lançamento que não é bem um lançamento. Toda a gente diz que, neste mundo de leaks e em que tudo está acessível a quem quiser, se perdeu a espera por um lançamento, por um disco. O último disco que me lembro de esperar realmente para ir comprar foi Midnite Vultures do Beck em 1999, quando tinha 12 anos. Depois fiquei desiludido porque para aí uma semana após isto acontecer descobri que havia uma edição em digipak, mais catita, mas, tendo em conta o tempo que já passou, acho que fiquei mais bem servido. Hoje em dia, se tivesse optado pelo digipak, já se teria deteriorado totalmente. Mas isso nunca fez parte da minha vida. Até certo ponto, é possível argumentar que se espera por um leak ansiosamente. Ou que se espera que um disco chegue pelo correio, como o último de Old Jerusalem ou o último do Sam The Kid, só acessível desta forma e neste contexto a quem recebe promos, ou o último do Dizzee Rascal, que encomendei. Mas esperar por um mp3 que aparecerá num site gratuitamente é algo que não acontece muito.
Gregg Gillis não é só o mestre dos mash-ups-canções, também é um remisturador incrível. "Let's Call it Off", dos Peter, Bjorn and John, era originalmente uma boa canção presa num arranjo sub-Yo La Tengo banal e até por vezes irritante. Nas mãos de Gillis - que tem um projecto para remisturas chamado Trey Told'Em, mas parece só usá-lo para melhorar canções de bandas desinteressantes como os Tokyo Police Club -, transformou-se num dos melhores singles do ano (ou do ano passado), com o melhor uso de steel drums desde "Wamp Wamp (What it Do)" dos Clipse e algo que devia ser um clássico das pistas de dança de todo o mundo. É por isso que não posso esperar pela remistura dos Of Montreal, cujo Hissing Fauna, Are You The Destroyer? parece ser o primeiro disco deles distribuídos cá e o mais recente numa sucessão absolutamente delirante de discos pop perfeitos que dura desde o Satanic Panic in the Attic de 2004, quando Kevin Barnes percebeu bem o que tinha a fazer, que não eram só canções perfeitas, eram também os arranjos perfeitos, o funk, os baixos e os falsetes.
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