quarta-feira, julho 04, 2007

Arcade Fire no Super Bock Super Rock, o rescaldo

Não, não, não e não. Achei que era um bom título, tendo em conta o dia e a hora, mas não estive lá. Estive lá em Paredes de Coura em 2005 e foi muito bom. Agora, pura e simplesmente, não me apeteceu. Seria, admito, bastante bom ver aquilo tudo, gosto do Neon Bible e gosto do Sound of Silver, portanto, em termos de bandas que já vi, seria bom repeti-las. Depois há o caso dos Jesus & Mary Chain, mas os irmãos Reid não têm 50 e tal anos e odeiam-se? Li uma reportagem no Guardian sobre isso, um deles vive nos EUA e tem um aparelho que faz com que comande a televisão da mãe. Deve ser divertido. Estarei lá, contudo, no último dia, e é basicamente isso.
Melhor que todas essas coisas há-de ser o melhor artigo do mundo. Encontrei-o e passei a noite a usufrir dele. Há muito que digo e penso que o YouTube tem uma função principal, que é a de ver vídeos dos Wu-Tang Clan e dos seus membros a solo. Não há mais nenhuma, é basicamente essa. É que há tantos e tantos que antes de aquilo se ter popularizado era horrível procurá-los. O YouTube veio, desta forma, a mudar completamente o mundo. Foi essa a grande revolução.
O artigo é da Urb e é um top dos 20 melhores vídeos do Clan. Se existe melhor maneira de passar uma noite, não a conheço. Ol' Dirty Bastard, como disse o RZA no VH1 Hip-hop Honors 2006, era a personificação da liberdade. Completamente chanfrado, idiota, mal-educado, basicamente uma pessoa muito má. Mas tal como outras pessoas muito, muito, muito más, um dos maiores entertainers de sempre.
É por isso que "Build Me Up", do Rhymefest, é a melhor canção do ano passado. Nem conta como canção, é basicamnete uma carta de Rhymefest para o Além, para perguntar ao Ol' Dirty como é que se conquista uma miúda. O refrão é apenas o ODB a cantar extremamente desafinado "Build Me Up" dos Foundations, canção em que todos os fãs de comédia do mundo pensam quando se fala do There's Something About Mary quando deviam pensar no Jonathan Richman. As oscilações da voz dele e a produção do Mark Ronson (génio, apesar do que fez aos Smiths, na minha mente o mundo organiza-se da seguinte forma: pode samplar-se e versionar-se tudo, menos os Smiths, muito menos com um gajo com um cabelinho daqueles a cantar) transformam-na numa coisa magnífica, algo que devia ter sido um single e um êxito em todo o mundo. Não conheço uma única pessoa (tirando a Joana) que consiga ouvi-la e detestar ou ficar-lhe indiferente. Essa canção e "Devil's Pie", do mesmo disco, do mesmo produtor, que sampla "Someday" dos Strokes, são das únicas canções que posso passar em sets e que toda a gente, mesmo que desconheça, adora.
Para além disto tudo, o Q-Tip vai rimar no novo disco do Clan, o que pode ou não ser uma coisa boa. Desde que engoliu mais balões de hélio que o 'Tip não faz grande coisa, ocupando-se a fazer êxitos internacionais com os Chemical Brothers e não chegando a lançar discos que têm coisas bastante boas como Kamaal The Abstract, mas que também têm música abjecta que envergonha todo o seu passado dos A Tribe Called Quest. Espero que o 'Tip não faça nada de errado, é daquelas pessoas que não deviam errar.

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