domingo, março 28, 2010

Alberto, meu amor

Ó palhacito, custa-me estar a afirmar o que para mim é tão óbvio e tão claro como a pele branca de toda a gente que endeusas: estás a fazer uma generalização incorrecta. Nem todo o hip-hop é misógino, nem todo o hip-hop é contra o sistema (que dizer, por exemplo, da transformação dos rappers em quase corporações, do Jay-Z dizer "I'm not a businessman, I'm a business, man", de ser presidente da Def Jam, da ideia do "Black Republican" com o Nas, do caralho que te foda, etc.). Nem todo o hip-hop é preto, nem todo o hip-hop é marginal. Mas não, não consegues perceber isso. Já para não falar da misoginia no rock (olha o Iggy Pop sobre as mulheres: "However close they come I'll always pull the rug from under them. That's where my music is made." ). Sabes ler? Como qualquer pessoa com um coração, adoro os primeiros dois álbuns dos Weezer. O azul tem uma canção chamada "No One Else", em que o Rivers Cuomo diz que quer uma rapariga que não sorria a mais ninguém, que quando ele não está não sai de casa e deixa a maquilhagem na estante. Basicamente, ele quer uma rapariga com trela. Isto quando até o Dr. Dre, o Snoop Dogg e o Ice Cube deixam as hoes deles ir à rua sozinhas de vez em quando.

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