Estava a reler o post do Sasha Frere-Jones sobre o Volver e lembrei-me, numa espécie de epifania: "Irreplaceable", da Beyoncé, é uma grande canção. É uma forma estúpida de começar qualquer coisa que seja, qualquer texto, mas é verdade. E a canção é grande. Mas não tenho qualquer vontade de ouvi-la. Posso estabelecer um paralelismo com "Save Room" do John Legend. São duas óptimas canções mainstream que me soam tremendamente melhor quando me lembro delas e não quando as estou a ouvir realmente. Talvez seja dos defeitos que encontro nelas, a guitarra acústica e o vídeo da Beyoncé, o vídeo e a voz que estranhei à partida do Legend.
Há uns meses li um artigo do Kelefa Sanneh (porque é que começo tudo assim?), que se tornou, durante o ano que passou, uma das minhas pessoas favoritas de ler. É absurdamente bom que lhe dêem tanto espaço no New York Times para escrever sobre uma só canção que se ouve em todo o lado, como esta da Beyoncé, ou sobre o que quer que seja, sobre a fragilidade de certas estrelas pop. Não me lembro bem, mas houve um bem interessante sobre como as estrelas pop agora estavam cada vez mais humanas, a Paris Hilton ou o Kevin Federline são totalmente humanos como "músicos", falham bastante e assim e mostram essas falhas. O que só me transtorna por ver que um projecto como o UM ficou suspenso. Tinha para sair nesse número um texto sobre o disco do JP Simões, basicamente o maior escritor de canções em português dos últimos anos, cada vez maior, sobre o disco dos Clipse, uma entrevista ao Ty e um texto sobre um concerto de Riding Pânico. Dois destes textos vão arranjar forma de sair, mas os outros não. O que não interessa nada, interessa é que se perde um jornal e perde-se o espaço dado a gente como Jorge Manuel Lopes, Pedro Gonçalves, Eduardo Sardinha ou José Marmeleira em jornais (não falo dos "putos" como eu porque a nossa situação não é tão grave).
O mundo perde muito, com os jornais todos empacotados numa caixa para a esquerda, para a esquerda. E a parte triste é que não teremos outro num minuto.
(tinha de acabar assim, para parafrasear a canção)
Há uns meses li um artigo do Kelefa Sanneh (porque é que começo tudo assim?), que se tornou, durante o ano que passou, uma das minhas pessoas favoritas de ler. É absurdamente bom que lhe dêem tanto espaço no New York Times para escrever sobre uma só canção que se ouve em todo o lado, como esta da Beyoncé, ou sobre o que quer que seja, sobre a fragilidade de certas estrelas pop. Não me lembro bem, mas houve um bem interessante sobre como as estrelas pop agora estavam cada vez mais humanas, a Paris Hilton ou o Kevin Federline são totalmente humanos como "músicos", falham bastante e assim e mostram essas falhas. O que só me transtorna por ver que um projecto como o UM ficou suspenso. Tinha para sair nesse número um texto sobre o disco do JP Simões, basicamente o maior escritor de canções em português dos últimos anos, cada vez maior, sobre o disco dos Clipse, uma entrevista ao Ty e um texto sobre um concerto de Riding Pânico. Dois destes textos vão arranjar forma de sair, mas os outros não. O que não interessa nada, interessa é que se perde um jornal e perde-se o espaço dado a gente como Jorge Manuel Lopes, Pedro Gonçalves, Eduardo Sardinha ou José Marmeleira em jornais (não falo dos "putos" como eu porque a nossa situação não é tão grave).
O mundo perde muito, com os jornais todos empacotados numa caixa para a esquerda, para a esquerda. E a parte triste é que não teremos outro num minuto.
(tinha de acabar assim, para parafrasear a canção)