segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A balança está finalmente equilibrada

Resultados:

Three 6 Mafia: 1
Martin Scorsese: 1

Comediantes/Actores

Esqueci-me do tópico que o Jack Black e o Will Ferrell lançaram, mais ou menos. Tenho andado a reparar numa teoria do meu professor de inglês que diz que alguns dos melhores actores estão na comédia pela capacidade tremenda de encarnar personagens. Como a comédia inglesa. As pessoas do Little Britain ou de outras séries, como o League of Gentlemen, criam personagens com uma facilidade tremenda, andado a saltitar de sotaque em sotaque e personalidade em personalidade com uma facilidade brutal. E, diz ele, é mais do que o Jack Nicholson ou outros actores conseguem fazer. Mas também, "versatilidade" não é propriamente o nome do meio do Ferrell e do Black. Mas é o nome do meio de um Robin Williams ou de muitos outros.

Medley

Afinal o medley final acabou de passar de Berlin ("Take My Breath Away") para Vangelis. Era preciso registar isto nalgum lado.

Comentadores

"Como tínhamos previsto houve aqui uma distribuição das estatuetas."
"As pessoas vão ver cinemas."

É preciso apreciar. Bem, é tudo.

"The first movie he has ever done with a plot"

Haha.

Até o Clint Eastwood está feliz

E os comentadores esquecem-se do microfone ligado.

Martin Scorsese

Estou feliz.

Forest Whitaker

Segue à risca as dicas de Ellen DeGeneres. É um dos melhores actores da sua geração, o título da melhor canção do Brother Ali e apresentou os Wu-Tang Clan no VH1 Hip-Hop Honors de 2006. Para além disso, tem um tique óptimo nos olhos e fez o Ghost Dog. Dizem que o filme pelo qual ele ganhou é horrível. Que seja. Pode ser que o desempenho dele seja soberbo. E só pode ser. Segundo ano seguido em que actores mais ou menos secundários que eu adoro ganham. E ainda bem.

Comentador

O comentador nunca viu o Aviator, diz que o Departed , a ganhar um óscar, é só pela carreira e é o filme menos scorsesiano do Scorsese. Acho que foi o mesmo que disse "dissestes".

R.I.P. Bigode do Philip Seymour Hoffman 2007-2007

O homem fez o bigode que tinha nos Globos de Ouro. É um dia triste para todos os fãs.

Peter Boyle

Morreu? Bom final com o Altman.

Michael Mann

Como sempre, Mann estraga tudo com a banda sonora. Desta vez foram os Foo Fighters. Não é assim tãããããão mau para alguém que já usou Linkin Park numa banda sonora, portanto, e detesto admiti-lo, até é uma melhora.

Podia ser a Dulce Pontes.

Pois podia. E em que mundo é que isso não é triste?

Seinfeld

6/10

Children of Men

Gostava que ganhasse algum óscar. Adorei-o.

Ben Affleck

Que prémio é que ganho por não ter dito "Olha! O Ben Affleck nos óscares!" há bocado?

Ellen

Ei, eu gosto dela. Ninguém mais parece gostar. Entrou mal, continuou bem, agora perdeu-se. Nem que fosse pela série, que adorava ver quando passava na TV portuguesa, não faço ideia de quando era, tinha o Jeremy Piven (por falar nisso, ele a tocar congas no Jay Leno com o Common e banda por causa do Smokin' Aces e da enorme canção "Play Your Cards Right" com o grande Bilal) e o Bruce Campbell, e isso só pode ser bom. Não percebo como é que ele nunca ganhou um óscar para melhor actor principal. Houve três (três!) Evil Dead e um Bubba Ho-Tep, por amor de Deus! E dois Spider-Man para melhor actor secundário, nos quais ele fez dois papéis diferentes e igualmente marcantes e memoráveis. Ele fez tudo isto sem piscar os olhos uma única vez, por amor de Deus! E a autobiografia dele é comovente.

The Departed

Primeiro óscar. Fixe. Porreiro. Scorsese, faz figas. Eu também faço. Não que mude alguma coisa. Sabes que eu sempre te adorei. O meu sonho era ter um professor como ele. A cara do Tom Hanks quando disse "More fun" foi impagável, também.

"I'm just here for the movies, Leo"

A cara do Jerry Seinfeld foi impagável. Não sei o que quis dizer, mas gostei. Não vou falar da música, é sempre aborrecida. Até os Three 6 Mafia no ano passado foram. O refrão do "Stay Fly" é giro de se cantar, mas horrível de se ouvir. Não os percebo, sinceramente. Não tenho interesse verdadeiro nos Óscares, não me lembro é de nada mais divertido para fazer nestes dias de madrugada. O Leo DiCaprio a arrancar a candidatura à presidência do senhor Gore (por falar nisso, a piada de ele ter ganho nunca fica datada, teria só mais piada se não fosse tão triste)...e sabe-se perfeitamente que ele não vai fazer nada disso. Claro, a música. Os comentadores riem-se. Eu não. Uma coisa é "sound editing is a lot like sex, it is mostly done alone and late at night" ou assim.

Alan Arkin

Heroína, pornografia, 70 anos e desvio de menores. Só falta a miúda e a barba do Carell receber um Óscar e tudo ficará bem. Estou a brincar, sorri com o Little Miss Sunshine, mas não o adoro intensamente.

Steve Carell+Greg Kinnear

Claro, o final foi previsível, mas o início foi grande. Boa forma de seguir fórmulas e ainda assim entrar em grande.

Ah

E o cabelo do Will Ferrell é épico.

Mas fiquei à espera

Que, como no ano passado, aparecesse o Steve Carell. É triste. Basta uma barba para esquecer as origens.

Jack Black+Will Ferrell

Grandes. Afinal é também o John C. Reilly, o maior actor secundário de sempre de agora.

Ellen

Not bad, Ms. DeGeneres, not bad at all. Ainda assim, está a competir com o senhor "Three 6 Mafia 1, Martin Scorsese 0".

Abigail

Tão querida. E a Ellen está a fazer-me rir um bocado, mas tenho saudades do Jon Stewart.

Oh no they didn't

Eles disseram "I"on Stewart. Continuo estupefacto.

Mark Wahlberg

"Why wasn't I in a Scorsese movie before?" Basicamente porque a memória disto continua viva.

Conversa

- Eish, a Beyoncé.
- Ela é a maior de sempre. E o Hov, estava com ela?
- Ela estava sozinha, mesmo muito bonita. Mas estava a posar. O Hov podia estar na área.

"O Hov podia estar na área." Estou orgulhoso dela.

Steve Carell

É o meu herói pessoal. Um dia, quando for grande, se tiver 1/10 da pinta dele, serei um homem feliz.

Óscares

Eu tenho um sonho. Um mundo em que não há comentadores da TVI. Haverá trabalho mais irritantemente supérfluo no mundo? No ano passado deixaram os microfones ligados enquanto mexiam em folhas. Mais deprimente do que estar acordado de madrugada a ver uma coisa destas - a sério, eu tenho insónias, tenho desculpa - só as falhas e os sotaques horríveis desta gente, que há-de ter jeito para alguma coisa, mas para isto não. Aliás, nem é isso, é o facto de não ser necessário e só atrapalhar.

domingo, fevereiro 25, 2007

Um dia

Um dia teremos todos de encarar seriamente o facto de que o líder do grupo dono de um dos melhores discos de 2007 se veste assim em palco. O grupo, basicamente, é ele, e quando digo "2007" poderia dizer também "2004" e "2005". Terá isto a ver com o "soul power" que ele refere no último disco?

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A outra face do último post

Uma canção que pode ser considerada irmã dessa, da mistura de rapper e cantora revivalista, é "Can't Forget About You", do senhor Nas. Dei por ela quando ouvi o Hip-Hop is Dead umas vezes, mas raramente me lembro dela. Agora lembrei-me. Aqui está o vídeo. Claro, remete para uma altura anterior, tal como o "Ain't No Other Man" da Christina Aguilera, e a produção do will.i.am (acho que é dele) sampla o "Unforgettable" do Nat King Cole. Claro que é uma canção com muito mais classe, bonita, que mostra basicamente todo o conceito do Hip-Hop Is Dead. Nas é um virtuoso, que está nisto há mais de uma década, cresceu com isto e morrerá com isto. Sabe de cor a história toda do movimento e só quer continuar o seu legado. Não há nada de errado aqui. A voz de Chrisette Michelle, que também canta o refrão de "Lost Ones" do Jay-Z, é belíssima de uma forma familiar e batidíssima que, supreendemente, funciona sempre bem neste tipo de canções. Adoro.

Amy Winehouse

Irrita-me que se fale tanto da Amy Winehouse, como hoje no ípsilon (parece-me bem, francamente, adorei ler o Pedro Gomes sobre os Clipse, ainda não li mais nada, a não ser por alto), sem mencionar a remistura com o Ghostface Killah para "I'm no Good", que saiu no More Fish do ano passado. A Amy Winehouse é uma rapariga nova que se orgulha de usar quilos de maquilhagem para ficar extremamente pouco apelativa e que gosta muito de dizer que adorava fazer mais sexo e beber mais. Técnicas de marketing à parte, tem uma voz que não esperaríamos de uma inglesa de vinte e poucos anos, e faz soul vintage, retro, cujo único mérito é ter canções apelativas e memoráveis com uma ou outra frase pouco usual para esse tipo de música. Acontece que "I'm no Good" é uma óptima canção, mas a sua versão original tem coisas a mais. Alguém pegou nisso para o Ghostface Killah mandar umas rimas, e funciona tão bem...dúzias de frases citáveis, como "you had to be a nasty girl to try to play me" ou "I can forgive the past but I'll never forget it", bem como referências à Kelly Clarkson e assim, sempre com o seu flow típico de quem tem muita pressa para dizer o que tem a dizer, cheio de paranóia e medo mas também confiança, como se estivesse a fugir à polícia, por cima do melhor que a canção tem, com a voz dela e os sopros, com toda a pulsação de um clássico. A Joana odeia a voz dela e a canção e tal, mas ela não leva a mal eu gostar. Espero eu. É dos melhores singles pop de 2006 e parece-me que, se dosearmos bem e não o usarmos até à exaustão, se tornará intemporal, tal como soa.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Village Voice

Duas pequenas notas sobre o Village Voice, só porque sim. Hoje li um dos textos mais bizarros que já li em toda a minha vida. Está aqui. Porém, não pude deixar de ler e li até ao fim. É uma história bem contada, mesmo que pouco usual, com piada sem gozar, etc. e a escolha mais estranha para a capa de uma edição de S. Valentim ou lá como ele se chama. Mesmo andando o Village Voice a perder-se aos poucos por causa das grandes corporações más que o compraram e o caraças, ainda tem força para isto. Depois, um tipo que toca com os TV On The Radio queixou-se da capa anterior do Village Voice. Tinha o Bob Dylan a passar por cima do Kyp Malone com um tractor, por causa dos resultados da Pazz & Jop Poll '06, em que o Dylan ficou em primeiro e os TV On The Radio em segundo. Chamar racista à capa é típico daquelas pessoas que não têm sentido de humor mas dizem "eu tenho mais sentido de humor que tu, isto é que é inadmissível", não se percebe bem porquê. É apenas uma coincidência infeliz, no máximo dos máximos.

Saudade

Tinha saudades do Ted Leo. E de Old Jerusalem. Ainda bem, ambos têm novos discos. O primeiro,ainda com os Pharmacists (melhor nome para uma banda de suporte desde os Attractions do Elvis Costello), tem Living with the Living, que me parece ser um consistente disco de canções uns furos abaixo de Shake the Sheets. Lembro-me de adorar ouvi-lo no metro de Lisboa em 2004. "Me & Mia" ainda está na minha cabeça como uma canção excelente, mesmo não a ouvindo talvez desde esses tempos. E a canção introdutória, com a constatação "I know some things I'd rather not / like the time ahead is all the time we've got", ainda subsiste na minha cabeça, mesmo sendo atípica dentro da obra do homem (é calminha e essas coisas todas que não acontecem muitas vezes nele).
Ele volta com os riffs, os refrões, as palavras e a voz, limitada mas muito competente, nunca saíndo muito daquilo que não domina, provando porque é que deve ser dos roqueiros semi-conservadores mais adorados pela Pitchfork (ao contrário de manias "recentes", como os inexplicavelmente universalmente celebrados Hold Steady, a sério, o que é aquilo?). Não há nada de mal na música que ele faz, e, continuando assim, só pode ser bom.
Francisco Silva, o rapazinho de cabelo comprido e óculos do Porto, é a melhor pessoa em Portugal a escrever canções em estrangeiro, talvez de sempre. Não me alongarei sobre The Temple Bell, pois fá-lo-ei daqui a pouco tempo noutro sítio, mas devo dizer que "Love & Cows" é talvez a melhor canção do homem e o press release escrito pelo Pedro Mexia é competente mas podia ser muito melhor, tendo em conta quem ele é e de quem ele está a falar. Mas "Love & Cows" é baseada no filme homónimo que eu vi há uns anos quando ia demasiado ao Cine-Estúdio 222 e tem uma letra com piada mas não "haha", mais "sorriso" ou assim, mesmo que acabe com uma falta de pudor tremenda que eu não sei bem como é que funciona tão bem nas letras do homem.
É basicamente isso. É assim que se matam saudades, com o Ted Leo e Old Jerusalem. E se regressa à escrita depois de vários projectos mentais para listas de melhores do ano. A meio de Fevereiro já não funcionam, pois não? Acho que fica bem dizer que o meu disco favorito do ano passado foi o Yellow House dos Grizzly Bear, o meu cabeleireiro gay favorito talvez de sempre. Tantas listas, tantas brincadeiras válidas para fazer...enfim, teremos sempre Paris. Ou então 2007.

domingo, fevereiro 11, 2007

Votar

Fui votar. Desci a rua como fiz tantas vezes antes para ir até à minha Escola Secundária. Fui a ouvir o Paul's Boutique. Um dia, em Junho, farei o mesmo só que descerei um bocadinho mais e, no final do caminho, estará quem o fez. Ainda bem.