Irrita-me que se fale tanto da Amy Winehouse, como hoje no ípsilon (parece-me bem, francamente, adorei ler o Pedro Gomes sobre os Clipse, ainda não li mais nada, a não ser por alto), sem mencionar a remistura com o Ghostface Killah para "I'm no Good", que saiu no More Fish do ano passado. A Amy Winehouse é uma rapariga nova que se orgulha de usar quilos de maquilhagem para ficar extremamente pouco apelativa e que gosta muito de dizer que adorava fazer mais sexo e beber mais. Técnicas de marketing à parte, tem uma voz que não esperaríamos de uma inglesa de vinte e poucos anos, e faz soul vintage, retro, cujo único mérito é ter canções apelativas e memoráveis com uma ou outra frase pouco usual para esse tipo de música. Acontece que "I'm no Good" é uma óptima canção, mas a sua versão original tem coisas a mais. Alguém pegou nisso para o Ghostface Killah mandar umas rimas, e funciona tão bem...dúzias de frases citáveis, como "you had to be a nasty girl to try to play me" ou "I can forgive the past but I'll never forget it", bem como referências à Kelly Clarkson e assim, sempre com o seu flow típico de quem tem muita pressa para dizer o que tem a dizer, cheio de paranóia e medo mas também confiança, como se estivesse a fugir à polícia, por cima do melhor que a canção tem, com a voz dela e os sopros, com toda a pulsação de um clássico. A Joana odeia a voz dela e a canção e tal, mas ela não leva a mal eu gostar. Espero eu. É dos melhores singles pop de 2006 e parece-me que, se dosearmos bem e não o usarmos até à exaustão, se tornará intemporal, tal como soa.
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