Fui ao Primavera Sound. Tinha pensado fazer uns desenhos, mas isso nunca chegou a ser acabado. Paciência. Vi dezenas de bandas, com um cartaz incrível num país aqui ao lado que nunca poderia existir por cá. E quem disser "Paredes de Coura" está a milhas de distância do que aquilo é. Claro que há vários problemas: as sobreposições, tanto de horários como de som, o som propaga-se entre os vários palcos, tornando muitos concertos piores com tanta interferência; as filas; ou a cerveja a 3 euros, quando um pack de 12 cervejas de 25 cl da mesma marca que patrocina o festival custa 4 euros em qualquer supermercado de Barcelona.
Tive várias lutas internas, especialmente as seguintes: ver Grizzly Bear até ao fim vs. ver Wilco do princípio; ver Battles vs. ver os Sonic Youth a tocar o Daydream Nation do início ao fim. Na primeira luta, entre a minha banda favorita de 2006 e a minha banda favorita de sempre, ganharam os Wilco. Vi metade dos Grizzly Bear, que, depois de um começo francamente mau, entraram nos eixos. No dia anterior tinha-os visto a serem impedidos de entrar no backstage do palco em que iam tocar, uma coisa incompreensível. Na segunda luta não precisou de ganhar ninguém. Os Klaxons cancelaram e os responsáveis pelo festival perceberam que seria um erro tremendo sobrepôr Battles e Sonic Youth, tendo os Battles passado para a hora dos Klaxons. Afinal os Klaxons servem para alguma coisa.
No dia mundial sem tabaco, dentro de um autocarro fechado e cheio de gente, vi uma idiota alcoolizada e irritante que não se calava - palavras altíssimas como "bissexual" saíam daquela boca -, na companhia de um totó e um de um tipo com ar de ex-presidiário, fumar. Ninguém fez nada. Adorava ter denunciado a situação ao motorista, a multa parecia ser grande, mas um dos tipos tinha ar de ex-presidiário e eu sou um menino. As proibições de fumo dos sítios não são respeitadas. Espanha não é um país mais civilizado que Portugal. Também no Apolo, onde é proibido fumar, as pessoas fumam sem problemas, só um ou outro segurança é que implica. Se existe proibição de fumar, por que não fazer cumpri-la? Expulsava-se as pessoas ao segundo aviso, não? Uma das maiores desilusões da minha vida foi ter visto o sinal de proibição de fumar e depois este não ter sido cumprido. Pensar que "finalmente..." e sair tremendamente desiludido.
As filas para o Auditorium eram horríveis, de 20 minutos, e chegar lá à hora, ou pouco antes da hora marcada dos concertos era sinónimo de perder 15 minutos do concerto ou mais. No Jonathan Richman a espera foi curta, talvez só tenha perdido 5 minutos, mas ele só tocou 30, o que incompreensível para alguém que tem uma obra tão vasta, com centenas de canções e uma boa parte delas ainda por cima em espanhol. Mas é um sítio bonito e deu para ver um coro gospel a incorporar "I Can't Help Falling in Love With You" do Elvis Presley em "Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space" dos Spiritualized, como acontecia na primeira versão do disco, antes da família do senhor ter proibido isso.
Girl Talk tem todas as melhores malhas do mundo, os saltos, as palmas e todos os passos de dança, e é das melhores coisas que já vi na vida. E não passa de um tipo em frente ao computador. Se este gajo nunca vier cá a Lisboa alguém tem de pagar. Unstoppable e Night Ripper são clássicos modernos e são estupidamente bons. Fiquei contente por ver o Johnny Marr com os Modest Mouse, por ver o Jeff Tweedy, e muito mais coisas. E duas semanas depois ainda penso nisso, apetece-me repetir os Of Montreal no Sudoeste e os Sonic Youth em Paredes de Coura.
Tive várias lutas internas, especialmente as seguintes: ver Grizzly Bear até ao fim vs. ver Wilco do princípio; ver Battles vs. ver os Sonic Youth a tocar o Daydream Nation do início ao fim. Na primeira luta, entre a minha banda favorita de 2006 e a minha banda favorita de sempre, ganharam os Wilco. Vi metade dos Grizzly Bear, que, depois de um começo francamente mau, entraram nos eixos. No dia anterior tinha-os visto a serem impedidos de entrar no backstage do palco em que iam tocar, uma coisa incompreensível. Na segunda luta não precisou de ganhar ninguém. Os Klaxons cancelaram e os responsáveis pelo festival perceberam que seria um erro tremendo sobrepôr Battles e Sonic Youth, tendo os Battles passado para a hora dos Klaxons. Afinal os Klaxons servem para alguma coisa.
No dia mundial sem tabaco, dentro de um autocarro fechado e cheio de gente, vi uma idiota alcoolizada e irritante que não se calava - palavras altíssimas como "bissexual" saíam daquela boca -, na companhia de um totó e um de um tipo com ar de ex-presidiário, fumar. Ninguém fez nada. Adorava ter denunciado a situação ao motorista, a multa parecia ser grande, mas um dos tipos tinha ar de ex-presidiário e eu sou um menino. As proibições de fumo dos sítios não são respeitadas. Espanha não é um país mais civilizado que Portugal. Também no Apolo, onde é proibido fumar, as pessoas fumam sem problemas, só um ou outro segurança é que implica. Se existe proibição de fumar, por que não fazer cumpri-la? Expulsava-se as pessoas ao segundo aviso, não? Uma das maiores desilusões da minha vida foi ter visto o sinal de proibição de fumar e depois este não ter sido cumprido. Pensar que "finalmente..." e sair tremendamente desiludido.
As filas para o Auditorium eram horríveis, de 20 minutos, e chegar lá à hora, ou pouco antes da hora marcada dos concertos era sinónimo de perder 15 minutos do concerto ou mais. No Jonathan Richman a espera foi curta, talvez só tenha perdido 5 minutos, mas ele só tocou 30, o que incompreensível para alguém que tem uma obra tão vasta, com centenas de canções e uma boa parte delas ainda por cima em espanhol. Mas é um sítio bonito e deu para ver um coro gospel a incorporar "I Can't Help Falling in Love With You" do Elvis Presley em "Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space" dos Spiritualized, como acontecia na primeira versão do disco, antes da família do senhor ter proibido isso.
Girl Talk tem todas as melhores malhas do mundo, os saltos, as palmas e todos os passos de dança, e é das melhores coisas que já vi na vida. E não passa de um tipo em frente ao computador. Se este gajo nunca vier cá a Lisboa alguém tem de pagar. Unstoppable e Night Ripper são clássicos modernos e são estupidamente bons. Fiquei contente por ver o Johnny Marr com os Modest Mouse, por ver o Jeff Tweedy, e muito mais coisas. E duas semanas depois ainda penso nisso, apetece-me repetir os Of Montreal no Sudoeste e os Sonic Youth em Paredes de Coura.
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