O meu irmão conhece um tipo, ou conheceu-o um dia, ou conheceu-o uma noite, que sabe de cor os aniversários de todas as celebridades apenas por ver o IMDB todos os dias no trabalho. Não sabe, contudo, aniversários de Agosto, porque está de férias. Como é que ele fará aos fins-de-semana? Descobre no ano a seguir? Dois anos depois? É um mistério interessante. Talvez nem sequer tenha conhecido ninguém assim. Talvez estivesse bêbedo. Talvez o tenha imaginado. Talvez o tenha inventado para me contar para ser mais divertido. De qualquer forma, não é boa ideia dar a entender que o meu irmão é alcoólico. Não é. Nem eu. Tudo isto porque abri o IMDB e na primeira página descobri que o Mel Brooks fez anos ontem (ainda é ontem nos EUA) e porque me lembrei disto. Também gostava de andar pelo velho Oeste e cumprimentar o Count Basie. Deve ser divertido.
sexta-feira, junho 29, 2007
quarta-feira, junho 27, 2007
Gordon Jones
Sempre disse isto, mas hoje faz mais sentido. O Gordon Brown, o novo primeiro-ministro inglês, é igualzinho ao Terry Jones dos Monty Python.
Seth Rogen
Interrompi o meu estudo por motivos de força maior. O Seth Rogen estava a ser entrevistado pelo Conan O'Brien e uma coisa dessas não se perde. Sempre o adorei desde que o vi há uns 5/6 anos pela primeira vez no Freaks & Geeks, uma das minhas séries favoritas de sempre. Depois também apareceu no Undeclared e em praticamente tudo o que o Judd Apatow fez desde essa primeira série. Espero que Knocked Up seja um clássico, visto ter o Judd Apatow em muito boa conta, mesmo tendo sido ele responsável pelo Cable Guy e por aquele filme em que o Dan Aykroyd e o Daniel Stern raptam o Damon Wayans. Quero lá saber se é arte ou não, o homem é um génio cómico. Os dois homens são génios cómicos. O Seth Rogen é, como todas as pessoas famosas deviam ser, amigo do RZA e usa uma t-shirt do Liquid Swords do GZA no 40 Year Old Virgin. Para além disso, é gordo, usa óculos de massa e costuma ter barba. É fisicamente impossível não adorá-lo.
terça-feira, junho 26, 2007
Dizzee Rascal
"Pussy'ole (oldskool)" e "Sirens" são das melhores malhas do ano. Sem dúvida. A primeira tem o "woo yeah" de "It Takes Two", o mega-clássico de Rob Base & DJ E-Z Rock, e isso só pode ser bom, soando definitivamente a 2007. "Sirens" é demasiada estranha para ser a resposta inglesa ao "99 Problems" do Jay-Z (o disco do Kano, Home Sweet Home, de 2005, tinha várias, até samplava Black Sabbath, por amor de Deus!). Mas funciona muito bem, até as guitarras chungas são boas. E é um deleite ouvir a Lily Allen a cantar "So you wanna be a gangsta..." em "Wanna Be". É por isto que ter recebido o disco no correio na semana passada foi um óptimo acontecimento, especialmente numa altura em que, através do vício do MBNet, chegam discos todos os dias. E eu nunca gostei de grime nem nunca liguei muito ao Dizzee Rascal. Ele tem a idade do meu irmão, ainda por cima. Claro que há coisas muito parvas, como "Suk My Dick" (podia jurar que havia uma canção do Eminem - um dos meus ódios pessoais - com exactamente o mesmo tema, e já aí não tinha piada nenhuma), e um drum'n'bass que não serve para nada, só para ouvir o flow dele lá por cima e para o sample de voz feminina aqui e ali em "Da Feelin'", com umas sirenes que ficam mal e felizmente não aparecem em "Sirens". A par do I'll Sleep When You're Dead do El-P, Maths + English é o meu disco de hip-hop do futuro favorito de 2007.
segunda-feira, junho 25, 2007
Now, usually I don't do this, but...
Alguém fez a seguinte pesquisa no Google: "quero saber se o akon morreu ou não". Eu também gostava imenso de saber e que a resposta não fosse "não".
terça-feira, junho 19, 2007
Ear Drum
E, por falar nos UGK ("Country Cousins" é grande), há uma faixa do novo do Talib Kweli produzida pelo Just Blaze - que tem um blog novo, linkado aí à direita, onde mostra que é um geek do caraças, tendo em conta que foi o homem que produziu o "Girls, Girls, Girls" do Jay-Z - que sampla a mesma canção que "Rock Co.Kane Flow", produção do Jake One para os De La Soul com o MF Doom. A canção é dos Space e chama-se "Deliverance". Para confirmar aqui. É boa, mas "Rock Co.Kane Flow" é um clássico moderno que devia ser muito mais valorizado, mesmo dois anos depois de ter sido lançado. Aqui a dança do robot é incrível.
Single do ano
UGK e Outkast - Int'l Players Anthem
Uma delícia. O sample do Willie Hutch que pouco muda, que os produtores até já usaram antes noutro artista, o verso inicial do Andre 3000, o vídeo, em que os UGK e um dos Three 6 Mafia gozam com o kilt dele...absolutamente perfeito. Meditação sobre o deixar de ser um player com o casamento, sempre pela perspectiva altamente machista e misógina, que não consegue alterar em nada a enormidade da canção. "Easy as A-B-C, simple as 1-2-3, get down with UGK, Pimp C B-U-N B." Underground Kingz vai ser grande, tendo em conta estes metais, este falsete, estes versos e a melhor canção pop do ano não ter sequer um refrão. Pergunta ao Paul McCartney se não acreditares.
Uma delícia. O sample do Willie Hutch que pouco muda, que os produtores até já usaram antes noutro artista, o verso inicial do Andre 3000, o vídeo, em que os UGK e um dos Three 6 Mafia gozam com o kilt dele...absolutamente perfeito. Meditação sobre o deixar de ser um player com o casamento, sempre pela perspectiva altamente machista e misógina, que não consegue alterar em nada a enormidade da canção. "Easy as A-B-C, simple as 1-2-3, get down with UGK, Pimp C B-U-N B." Underground Kingz vai ser grande, tendo em conta estes metais, este falsete, estes versos e a melhor canção pop do ano não ter sequer um refrão. Pergunta ao Paul McCartney se não acreditares.
segunda-feira, junho 18, 2007
Primavera fora do tempo
Fui ao Primavera Sound. Tinha pensado fazer uns desenhos, mas isso nunca chegou a ser acabado. Paciência. Vi dezenas de bandas, com um cartaz incrível num país aqui ao lado que nunca poderia existir por cá. E quem disser "Paredes de Coura" está a milhas de distância do que aquilo é. Claro que há vários problemas: as sobreposições, tanto de horários como de som, o som propaga-se entre os vários palcos, tornando muitos concertos piores com tanta interferência; as filas; ou a cerveja a 3 euros, quando um pack de 12 cervejas de 25 cl da mesma marca que patrocina o festival custa 4 euros em qualquer supermercado de Barcelona.
Tive várias lutas internas, especialmente as seguintes: ver Grizzly Bear até ao fim vs. ver Wilco do princípio; ver Battles vs. ver os Sonic Youth a tocar o Daydream Nation do início ao fim. Na primeira luta, entre a minha banda favorita de 2006 e a minha banda favorita de sempre, ganharam os Wilco. Vi metade dos Grizzly Bear, que, depois de um começo francamente mau, entraram nos eixos. No dia anterior tinha-os visto a serem impedidos de entrar no backstage do palco em que iam tocar, uma coisa incompreensível. Na segunda luta não precisou de ganhar ninguém. Os Klaxons cancelaram e os responsáveis pelo festival perceberam que seria um erro tremendo sobrepôr Battles e Sonic Youth, tendo os Battles passado para a hora dos Klaxons. Afinal os Klaxons servem para alguma coisa.
No dia mundial sem tabaco, dentro de um autocarro fechado e cheio de gente, vi uma idiota alcoolizada e irritante que não se calava - palavras altíssimas como "bissexual" saíam daquela boca -, na companhia de um totó e um de um tipo com ar de ex-presidiário, fumar. Ninguém fez nada. Adorava ter denunciado a situação ao motorista, a multa parecia ser grande, mas um dos tipos tinha ar de ex-presidiário e eu sou um menino. As proibições de fumo dos sítios não são respeitadas. Espanha não é um país mais civilizado que Portugal. Também no Apolo, onde é proibido fumar, as pessoas fumam sem problemas, só um ou outro segurança é que implica. Se existe proibição de fumar, por que não fazer cumpri-la? Expulsava-se as pessoas ao segundo aviso, não? Uma das maiores desilusões da minha vida foi ter visto o sinal de proibição de fumar e depois este não ter sido cumprido. Pensar que "finalmente..." e sair tremendamente desiludido.
As filas para o Auditorium eram horríveis, de 20 minutos, e chegar lá à hora, ou pouco antes da hora marcada dos concertos era sinónimo de perder 15 minutos do concerto ou mais. No Jonathan Richman a espera foi curta, talvez só tenha perdido 5 minutos, mas ele só tocou 30, o que incompreensível para alguém que tem uma obra tão vasta, com centenas de canções e uma boa parte delas ainda por cima em espanhol. Mas é um sítio bonito e deu para ver um coro gospel a incorporar "I Can't Help Falling in Love With You" do Elvis Presley em "Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space" dos Spiritualized, como acontecia na primeira versão do disco, antes da família do senhor ter proibido isso.
Girl Talk tem todas as melhores malhas do mundo, os saltos, as palmas e todos os passos de dança, e é das melhores coisas que já vi na vida. E não passa de um tipo em frente ao computador. Se este gajo nunca vier cá a Lisboa alguém tem de pagar. Unstoppable e Night Ripper são clássicos modernos e são estupidamente bons. Fiquei contente por ver o Johnny Marr com os Modest Mouse, por ver o Jeff Tweedy, e muito mais coisas. E duas semanas depois ainda penso nisso, apetece-me repetir os Of Montreal no Sudoeste e os Sonic Youth em Paredes de Coura.
Tive várias lutas internas, especialmente as seguintes: ver Grizzly Bear até ao fim vs. ver Wilco do princípio; ver Battles vs. ver os Sonic Youth a tocar o Daydream Nation do início ao fim. Na primeira luta, entre a minha banda favorita de 2006 e a minha banda favorita de sempre, ganharam os Wilco. Vi metade dos Grizzly Bear, que, depois de um começo francamente mau, entraram nos eixos. No dia anterior tinha-os visto a serem impedidos de entrar no backstage do palco em que iam tocar, uma coisa incompreensível. Na segunda luta não precisou de ganhar ninguém. Os Klaxons cancelaram e os responsáveis pelo festival perceberam que seria um erro tremendo sobrepôr Battles e Sonic Youth, tendo os Battles passado para a hora dos Klaxons. Afinal os Klaxons servem para alguma coisa.
No dia mundial sem tabaco, dentro de um autocarro fechado e cheio de gente, vi uma idiota alcoolizada e irritante que não se calava - palavras altíssimas como "bissexual" saíam daquela boca -, na companhia de um totó e um de um tipo com ar de ex-presidiário, fumar. Ninguém fez nada. Adorava ter denunciado a situação ao motorista, a multa parecia ser grande, mas um dos tipos tinha ar de ex-presidiário e eu sou um menino. As proibições de fumo dos sítios não são respeitadas. Espanha não é um país mais civilizado que Portugal. Também no Apolo, onde é proibido fumar, as pessoas fumam sem problemas, só um ou outro segurança é que implica. Se existe proibição de fumar, por que não fazer cumpri-la? Expulsava-se as pessoas ao segundo aviso, não? Uma das maiores desilusões da minha vida foi ter visto o sinal de proibição de fumar e depois este não ter sido cumprido. Pensar que "finalmente..." e sair tremendamente desiludido.
As filas para o Auditorium eram horríveis, de 20 minutos, e chegar lá à hora, ou pouco antes da hora marcada dos concertos era sinónimo de perder 15 minutos do concerto ou mais. No Jonathan Richman a espera foi curta, talvez só tenha perdido 5 minutos, mas ele só tocou 30, o que incompreensível para alguém que tem uma obra tão vasta, com centenas de canções e uma boa parte delas ainda por cima em espanhol. Mas é um sítio bonito e deu para ver um coro gospel a incorporar "I Can't Help Falling in Love With You" do Elvis Presley em "Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space" dos Spiritualized, como acontecia na primeira versão do disco, antes da família do senhor ter proibido isso.
Girl Talk tem todas as melhores malhas do mundo, os saltos, as palmas e todos os passos de dança, e é das melhores coisas que já vi na vida. E não passa de um tipo em frente ao computador. Se este gajo nunca vier cá a Lisboa alguém tem de pagar. Unstoppable e Night Ripper são clássicos modernos e são estupidamente bons. Fiquei contente por ver o Johnny Marr com os Modest Mouse, por ver o Jeff Tweedy, e muito mais coisas. E duas semanas depois ainda penso nisso, apetece-me repetir os Of Montreal no Sudoeste e os Sonic Youth em Paredes de Coura.
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