Já passou quase uma semana. Já houve tempo para pensar e, especialmente, pela primeira vez, reouvir o concerto. Viva a Antena 3 e os piratas que ficam em casa e se dedicam a pôr aquilo na internet. É bom andar pela rua a ouvir o concerto de um dos nossos heróis pessoais que vimos dias antes e pensar "eu estive lá." Até porque é verdade. Eu estive lá, a escassos metros do palco, a ver aquela figura que tanto fascínio exerce sobre mim há anos e anos.
E ver essa figura ir-se embora, do nada, a meio de "Panic", foi um duro golpe no estômago. Foi-o para toda a gente que fosse fã dele. É impossível não ficar impressionado e decepcionado e triste com aquilo. Mas ele faz o que quer. Nós, que o conhecemos melhor que ninguém, sabemos melhor que ninguém que ele não é nem nunca foi boa pessoa. Aliás, deve ser um dos seres humanos mais detestáveis do mundo inteiro. Talvez por achar que a raça humana é, no seu todo, detestável e não ter esperança nas pessoas. Nós, os fãs, não somos assim. E eu odeio fãs de bandas, fãs de artistas, mas desculpo isto. Bem, não desculpo Is It Really So Strange?, o documentário assustador que vi no IndieLisboa sobre os fãs dos Smiths e do Morrissey. Não, não são fãs como nós. São pessoas doentias, que mais do que saberem todas as letras do maior poeta pop de sempre, sabem onde ele mora, fazem tatuagens de autógrafos dele, guardam como melhores dias das suas vidas os dias em que o viram, em que ele lhes tocou. E ele não sabe sequer quem eles são. Não quer saber deles. Alimenta-se deles. Mas aqui é que está a estranheza: ele dá-lhes muito mais do que quer dar. Ele, não querendo saber deles, ajuda-os. E da melhor forma, através da música. Pediu-nos, aos fãs, uma vez: "But don't forget the songs / That made you cry / And the songs that saved your life." E todos nos lembrámos. E foram as dele que fizeram isso.
É estranho, quando nos entregamos totalmente a um concerto e esperamos que ele cante isto ou aquilo. Ele fá-lo todas as noites, ou frequentemente. Escolhe o que quiser, e é interessante como, através do seu livre-arbítrio, ele consegue condicionar-nos. Podia estar antes do concerto a comer uma sandes de tofu a pensar "hoje não toco nada do The Queen is Dead porque não me apetece." E não tocou. Para quem esperava que isso acontecesse, foi triste. Mas há coisas bem piores. Vimos todos o nosso herói, nós, os fãs, algumas das pessoas mais irritantes do mundo. E ele faz de nós o que quiser. O que quiser. E o pior é que nós gostamos disso.
E ver essa figura ir-se embora, do nada, a meio de "Panic", foi um duro golpe no estômago. Foi-o para toda a gente que fosse fã dele. É impossível não ficar impressionado e decepcionado e triste com aquilo. Mas ele faz o que quer. Nós, que o conhecemos melhor que ninguém, sabemos melhor que ninguém que ele não é nem nunca foi boa pessoa. Aliás, deve ser um dos seres humanos mais detestáveis do mundo inteiro. Talvez por achar que a raça humana é, no seu todo, detestável e não ter esperança nas pessoas. Nós, os fãs, não somos assim. E eu odeio fãs de bandas, fãs de artistas, mas desculpo isto. Bem, não desculpo Is It Really So Strange?, o documentário assustador que vi no IndieLisboa sobre os fãs dos Smiths e do Morrissey. Não, não são fãs como nós. São pessoas doentias, que mais do que saberem todas as letras do maior poeta pop de sempre, sabem onde ele mora, fazem tatuagens de autógrafos dele, guardam como melhores dias das suas vidas os dias em que o viram, em que ele lhes tocou. E ele não sabe sequer quem eles são. Não quer saber deles. Alimenta-se deles. Mas aqui é que está a estranheza: ele dá-lhes muito mais do que quer dar. Ele, não querendo saber deles, ajuda-os. E da melhor forma, através da música. Pediu-nos, aos fãs, uma vez: "But don't forget the songs / That made you cry / And the songs that saved your life." E todos nos lembrámos. E foram as dele que fizeram isso.
É estranho, quando nos entregamos totalmente a um concerto e esperamos que ele cante isto ou aquilo. Ele fá-lo todas as noites, ou frequentemente. Escolhe o que quiser, e é interessante como, através do seu livre-arbítrio, ele consegue condicionar-nos. Podia estar antes do concerto a comer uma sandes de tofu a pensar "hoje não toco nada do The Queen is Dead porque não me apetece." E não tocou. Para quem esperava que isso acontecesse, foi triste. Mas há coisas bem piores. Vimos todos o nosso herói, nós, os fãs, algumas das pessoas mais irritantes do mundo. E ele faz de nós o que quiser. O que quiser. E o pior é que nós gostamos disso.
2 comentários:
É assustador. Felizmente estou imune. Gosto do Morrissey e ainda mais dos Smiths, mas nunca me deixei influenciar (muito) pelo espelho que é a poesia dele. Devo ser ou representar algo que ele odeia ou despreza, mas não deixo de ouvir a música. Mais depressa me emociono, revolto, acalmo ou reajo com uma melodia que com um conjunto de palavras frias e demasiado analíticas.
É bonito : )
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