Quando o Seth Rogen era gordo, não era tão gordo quanto eu era quando era gordo. E quando ele emagreceu, não emagreceu tanto quanto eu. Ele fê-lo por uma razão específica, para fazer o Green Hornet (e para se enrolar com a Aubrey Plaza no Funny People). Eu não, fi-lo porque me apeteceu. Toda a gente, ou pelo menos quem escreveu criticamente sobre ele, odiou o Green Hornet. Eu não. Diverti-me, ri-me e senti-me como uma criança altamente entretida. Era um filme sobre o facto de os americanos terem crescido ricos e mimados e terem óptimas condições mas serem preguiçosos e os chineses, que nunca tiveram nada, terem-se esforçado e treinado para serem melhores que eles em tudo, não era? Dou pontos extra ao split screen à Thomas Crown Affair. Só não gostei de ter pago uma exorbitância para vê-lo, sob condições deploráveis, numa sala terrível, ainda para mais cheia de crianças de 10 anos que pura e simplesmente não se calavam. De certa maneira, senti-me como elas se devem sentir quando vêem o Twilight ou filmes detestáveis do género. Ou seja, contente, mas com a adição de me ter rido, algo que só acontece no Twilight em cenas que eram supostamente sérias (é isso, aliás, que é verdadeiramente detestável nessa saga nojenta: a falta de vontade de fazer rir). O filme foi um sucesso de bilheteira, rendeu algum dinheiro, mas de certa maneira falhou. Eu não. Há que dizer que nunca venci o que quer que fosse na vida. Nada, absolutamente nada. E, mesmo assim, houve, no mundo, quem me tenha considerado um vencedor, o que me levou a dizer, num certo sítio, um chorrilho de parvoíces ridículas (e a esquecer-me de mencionar que tenho saudades de ter mamas e de suar mesmo durante o Inverno). Há sempre uma primeira vez, que também será provavelmente a última. É que posso ter ganho esta etapa, mas acho que o Seth Rogen vai ganhar as outras.