Não é fácil. Charlie acorda todos os dias, empurra a prostituta da noite anterior para o lado, levanta-se da cama e olha-se ao espelho. Sente-se mal, velho, acabado. Passam-lhe uma dúzia de pensamentos negativos pela cabeça: "O meu pai é incrível, foi o melhor presidente dos Estados Unidos de sempre, e eu não"; "Em termos de filmes do John Hughes, eu fiz de criminoso no Ferris Bueller's Day Off, o meu mano fez de beto desportista no Breakfast Club e, ao contrário de mim, parece ser um ser humano com o qual as pessoas podem simpatizar"; "Nasci e cresci rico, sou o actor mais bem pago da televisão", etc.
É aí que entra em jogo o primeiro risco de cocaína do dia. Entra-lhe pela narina e, tal como a água limpa a sujidade, o detergente colombiano livra a sua mente de dúvidas. Dá duas chapadas, uma em cada face, e, a muito custo, decide que vai acordar e encarar mais um dia de trabalho. "O mundo precisa de ti, Charlie", pensa ele enquanto tira do armário uma das centenas de camisas de bowling feias que lá guarda. Logo a seguir, mete-se no carro. No lugar do morto vai a primeira acompanhante de luxo do dia, que trabalha enquanto ele guia até ao estúdio onde é filmado o Two and a Half Men. A meio do caminho, Charlie liga à sua mulher. "Também tenho pensado em ti, amor. Não, nunca mais te apontarei uma faca."
A dor intensifica-se quando olha para um dos actores com quem ele partilha a série. "Este gajo foi o Ducky do Pretty in Pink, eu fui um criminoso no Ferris Bueller's Day Off." Vai ao camarim e acompanha um risco com um shot de whisky. Tudo corre bem. O guião é, como sempre, imaculado. A história do episódio envolve o facto de um homem rico e emocionalmente imaturo estar à procura do amor enquanto dorme com centenas mulheres bonitas e educa o seu sobrinho. As piadas são das melhores que o Chuck Lorre já escreveu para ele, cheias de inteligentíssimos trocadilhos e metáforas sexuais ou reciclagens de frases machistas anteriores.
Sem grande esforço, acaba o trabalho. Mais um dia, mais um zero para a conta bancária. Será mesmo assim? Não, Charlie prefere não ir para casa descansar. Ainda tem muito que fazer. Afinal, há prostitutas para contratar e usar, dealers por contactar e, do alto da bebedeira, quartos para destruir e esposas para ameaçar violentamente. É difícil ser Charlie Sheen e devíamos estar todos muito gratos pelo facto de ele, dia após dia, continuar a lutar para que nos possamos rir. Com ele, nunca dele.
É aí que entra em jogo o primeiro risco de cocaína do dia. Entra-lhe pela narina e, tal como a água limpa a sujidade, o detergente colombiano livra a sua mente de dúvidas. Dá duas chapadas, uma em cada face, e, a muito custo, decide que vai acordar e encarar mais um dia de trabalho. "O mundo precisa de ti, Charlie", pensa ele enquanto tira do armário uma das centenas de camisas de bowling feias que lá guarda. Logo a seguir, mete-se no carro. No lugar do morto vai a primeira acompanhante de luxo do dia, que trabalha enquanto ele guia até ao estúdio onde é filmado o Two and a Half Men. A meio do caminho, Charlie liga à sua mulher. "Também tenho pensado em ti, amor. Não, nunca mais te apontarei uma faca."
A dor intensifica-se quando olha para um dos actores com quem ele partilha a série. "Este gajo foi o Ducky do Pretty in Pink, eu fui um criminoso no Ferris Bueller's Day Off." Vai ao camarim e acompanha um risco com um shot de whisky. Tudo corre bem. O guião é, como sempre, imaculado. A história do episódio envolve o facto de um homem rico e emocionalmente imaturo estar à procura do amor enquanto dorme com centenas mulheres bonitas e educa o seu sobrinho. As piadas são das melhores que o Chuck Lorre já escreveu para ele, cheias de inteligentíssimos trocadilhos e metáforas sexuais ou reciclagens de frases machistas anteriores.
Sem grande esforço, acaba o trabalho. Mais um dia, mais um zero para a conta bancária. Será mesmo assim? Não, Charlie prefere não ir para casa descansar. Ainda tem muito que fazer. Afinal, há prostitutas para contratar e usar, dealers por contactar e, do alto da bebedeira, quartos para destruir e esposas para ameaçar violentamente. É difícil ser Charlie Sheen e devíamos estar todos muito gratos pelo facto de ele, dia após dia, continuar a lutar para que nos possamos rir. Com ele, nunca dele.
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