Sexta-feira vai para o ar o último episódio do Late Night with Conan O'Brien e não há maneira de não me sentir triste por isso. Apesar de prometerem que não, aquilo vai ser muito diferente na Califórnia. Uma hora antes, público novo, a cadeira do Carson e do Leno, a distância geográfica do Abe Vigoda e do James Lipton – sejamos francos, ele também vale muito lá e, sim, eu vi o episódio do Inside the Actors Studio com o Conan e quase chorei –, ou mesmo do Alec Baldwin – que diz que não vai até lá, até chamaram o Paulie Walnuts para matá-lo –, a falta de personagens e momentos irrelevantes de piadas inúteis que não se podem fazer naquele horário, convidados que têm de ser mais mediáticos, etc. É impossível não mudar.
Como – ainda mais – miúdo, há uns anos, a apanhar aquele senhor estranho na TV Cabo, ao lado daquele tipo meio gordo que agora já não está lá, o Late Night foi fulcral na formação do meu sentido de humor. Ensinou-me a inteligência da estupidez, do completamente irrelevante, idiota e a importância do não fazer sentido nenhum. Da classe e do estilo enquanto se faz isso.
Em 2001, com o advento da SIC Radical, apanhei dois programas que, de um modo ou de outro, mudaram completamente a minha vida, ou, no mínimo, a minha forma de ver certas coisas. Um era o Freaks and Geeks – fica para outra divagação – e outro o TV Funhouse. Este último, um falso programa para crianças que durou pouco tempo da Comedy Central, mostrou-me uma parte do génio do Robert Smigel quando eu não fazia ideia de quem era o Robert Smigel. Sabia, ou calculava, que tinha alguma coisa a ver com o Triumph, nada mais que isso. Só depois é que percebi que ele era uma das peças-chave da formação da identidade do Late Night, que fazia aquelas vozes todas – fui descobrindo, depois, pérolas dele como esta, no Dana Carvey Show, uma das maravilhas da década de 90 ou alguns sketches de TV Funhouse no Saturday Night Live.
Sexta-feira acaba isso tudo. Tenho fé num bom Tonight Show, disso não há dúvida, mas não vai ser a mesma coisa. Não vai ser tão parvo, tão Smigel. Vai ser mais profissional, menos inútil. E tenho muitas dúvidas de que Jimmy Fallon se safe no Late Night. O melhor, até agora, desta mudança, é a excitação do ?uestlove dos Roots – a nova banda residente do programa – que se topa à distância no Twitter dele. É que não reconheço piada nenhuma ao Fallon, mas dou-lhe o benefício da dúvida. Mesmo que ele se safe, o mundo vai mudar na sexta-feira. Sem dúvida alguma. E tenho medo que não volte a ser o mesmo.
Como – ainda mais – miúdo, há uns anos, a apanhar aquele senhor estranho na TV Cabo, ao lado daquele tipo meio gordo que agora já não está lá, o Late Night foi fulcral na formação do meu sentido de humor. Ensinou-me a inteligência da estupidez, do completamente irrelevante, idiota e a importância do não fazer sentido nenhum. Da classe e do estilo enquanto se faz isso.
Em 2001, com o advento da SIC Radical, apanhei dois programas que, de um modo ou de outro, mudaram completamente a minha vida, ou, no mínimo, a minha forma de ver certas coisas. Um era o Freaks and Geeks – fica para outra divagação – e outro o TV Funhouse. Este último, um falso programa para crianças que durou pouco tempo da Comedy Central, mostrou-me uma parte do génio do Robert Smigel quando eu não fazia ideia de quem era o Robert Smigel. Sabia, ou calculava, que tinha alguma coisa a ver com o Triumph, nada mais que isso. Só depois é que percebi que ele era uma das peças-chave da formação da identidade do Late Night, que fazia aquelas vozes todas – fui descobrindo, depois, pérolas dele como esta, no Dana Carvey Show, uma das maravilhas da década de 90 ou alguns sketches de TV Funhouse no Saturday Night Live.
Sexta-feira acaba isso tudo. Tenho fé num bom Tonight Show, disso não há dúvida, mas não vai ser a mesma coisa. Não vai ser tão parvo, tão Smigel. Vai ser mais profissional, menos inútil. E tenho muitas dúvidas de que Jimmy Fallon se safe no Late Night. O melhor, até agora, desta mudança, é a excitação do ?uestlove dos Roots – a nova banda residente do programa – que se topa à distância no Twitter dele. É que não reconheço piada nenhuma ao Fallon, mas dou-lhe o benefício da dúvida. Mesmo que ele se safe, o mundo vai mudar na sexta-feira. Sem dúvida alguma. E tenho medo que não volte a ser o mesmo.
Sem comentários:
Enviar um comentário