quinta-feira, agosto 16, 2007

Foda-se

Para continuar a minha cobertura do Trapped in the Closet, volto de Paredes de Coura e vejo que o Will Oldham faz de polícia no capítulo 15. Espero que isto não estrague o divertimento de ninguém. Porra. Pareceu-me ser ele e depois googlei "Trapped in the Closet" e "Will Oldham" e confirmei. O maior, depois do vídeo do Kanye West, o Trapped in the Closet. Era a última fronteira. Há que lembrar, contudo, que já há anos que ele faz uma versão do "Ignition" do Kels ao vivo. Só é pena não ser "Ignition (Remix)", um dos melhores singles dos anos 2000.

quarta-feira, agosto 15, 2007

The plot gets thicker

O capítulo de hoje foi muito bom, dos melhores de sempre. Há umas variações na música, telefonemas com um tipo com grills, funcionam optimamente bem. Há cada vez mais revelações e este teve imensas, depois do de ontem que não teve muita coisa.
Há algo que me irrita em toda a publicidade e imprensa à volta do festival de Paredes de Coura. É dizerem que aquilo é "o festival mais alternativo do país". Por amor de Deus, aquele é um festival que quase não arrisca e nem sequer traz as bandas no momento exacto em que estão a dar. Isso foi, por exemplo, o que se disse quando trouxeram os Arcade Fire, um fenómeno totalmente de 2004, diga-se o que se quiser, à escala mundial, visto toda a gente do mundo ter internet, no verão de 2005, um ano depois, mais ou menos. Não que isso interesse muito ou que seja mau, mas é uma questão de se dizer a verdade. O cartaz deste ano é bastante fraco, só fico com pena de não ver a M.I.A. e talvez os Spoon. Mas vou ver os Sonic Youth pela segunda vez em dois meses e terceira vez no geral e também as Electrelane pela primeira. E gosto dos Peter, Björn & John, mas não o suficiente para estar muito feliz por vê-los. Claro que isto é bom, mas não é a melhor coisa do mundo, que não correm assim tantos riscos, já para não falar da vergonha que foi anunciarem aos bocados o cartaz que se mostrava cada vez mais fraco.

terça-feira, agosto 14, 2007

Kels

Regozijai, irmãos. Chegou o capítulo 13. De quê? Do Trapped in the Closet a maior história dos nossos tempos escrita, composta e interpretada pelo maior contador de histórias dos nossos tempos. Estou, claro, a falar do R. Kelly. O Kels. Antes de ser julgado definitivamente por várias acusações de pedofilia (não é ele no vídeo; ele não sabia que ela tinha 14 anos; porque é que não prendem o Akon e o T-Pain em vez dele?), toda a próxima dezena de dias terá um novo episódio do Trapped in the Closet por dia. O que é magnífico, porque é melhor entretenimento que qualquer outra coisa do mundo agora. Este décimo terceiro capítulo não é dos melhores da saga, não acontece nada muito grande nem há um clímax, nem sequer uma revelaçãozita, só se descobrem nomes de duas personagens que aí vêm, mas vale por ter o Kels com cabelo branco a fazer de velho. Não há nada melhor. Depois de "Same Girl" com o Usher, o single muito ao estilo da saga, só que com princípio, meio e fim, é óptimo ver novos episódios. E deve haver muito para acontecer, quer dizer, depois do stripper anão ainda há um mundo de oportunidades a serem narradas em falsete.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Reynolds on Moz

Ando a ler o Bring The Noise do Simon Reynolds (um dos meus críticos favoritos), depois de tê-lo pousado, e é óptimo voltar a ler a entrevista de 1988 ao Morrissey no Melody Maker. Acaba assim:

As I neurotically double-check if the tape is running, I mutter by way of apology, "I've had some bad experiences with tape recorders."
"Oh, I've had some bad experiences with people actually... you're very lucky."


Delicioso.

Allen on Bergman, Scorsese on Antonioni

Hoje no New York Times.

And yet the man was a warm, amusing, joking character, insecure about his immense gifts, beguiled by the ladies. To meet him was not to suddenly enter the creative temple of a formidable, intimidating, dark and brooding genius who intoned complex insights with a Swedish accent about man’s dreadful fate in a bleak universe. It was more like this: “Woody, I have this silly dream where I show up on the set to make a film and I can’t figure out where to put the camera; the point is, I know I am pretty good at it and I have been doing it for years. You ever have those nervous dreams?” or “You think it will be interesting to make a movie where the camera never moves an inch and the actors just enter and exit frame? Or would people just laugh at me?”

What does one say on the phone to a genius? I didn’t think it was a good idea, but in his hands I guess it would have turned out to be something special.


e

I used to have long phone conversations with him. He would arrange them from the island he lived on. I never accepted his invitations to visit because the plane travel bothered me, and I didn’t relish flying on a small aircraft to some speck near Russia for what I envisioned as a lunch of yogurt. We always discussed movies, and of course I let him do most of the talking because I felt privileged hearing his thoughts and ideas. He screened movies for himself every day and never tired of watching them. All kinds, silents and talkies. To go to sleep he’d watch a tape of the kind of movie that didn’t make him think and would relax his anxiety, sometimes a James Bond film.

Via filmes do Bond e tinha piada, o Bergman. Simpático.

(e o Scorsese)

sábado, agosto 11, 2007

Be Kind, Rewind

Já há trailer do novo do Michel Gondry. Grande, grande, grande. Melhor par cómico de sempre. Mos Def e Jack Black é uma dádiva dos Deuses. E, a julgar pelo trailer, a viagem do Gondry pelos sonhos/subconsciente ainda não se esgotou em nada. Parece que há-de ser o filme mais tipo entretenimento dele, mas vai ser certamente óptimo.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Ayooooooo

Esta história é interessante. Vou já encomendar todas as cópias que puder do Kanye. Gosto do "Ayo Technology" do Fitty, é o "My Love" menos canção em 2007, mas seria óptimo. E é a primeira vez que o Kanye parece uma pessoa equilibrada e sã numa discussão.

terça-feira, agosto 07, 2007

Imagens

Adorava ter fotografias em cada post, assim como o Sasha Frere-Jones, que nunca ninguém sabe bem o que quer dizer, nem com as fotografias nem com os textos. Isto porque em Inglaterra vi escrito num cartaz colocado à porta de uma igreja. Dizia "Jesus, the greatest comeback of all". Nada mais errado. Toda a gente sabe que o "greatest comeback of all" foi o dos Go-Betweens em 1999, ainda por cima com as Sleater-Kinney. Tirando isso, gosto do novo disco dos Go! Team, gostei dos Of Montreal e dos National pela segunda vez ao vivo e tenho uma imagem, mas não uma fotografia, porque eu não tenho uma máquina para tirar fotografias a tudo. Gostava de ter, um dia.

CIMENTO.

Pronto, é esta a imagem, mais publicidade.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Bergman on Antonioni

Quando a Joana me disse ontem, ao telefone, que o Antonioni também tinha morrido, pensei logo nisto:

[on Michelangelo Antonioni] "He's done two masterpieces, you don't have to bother with the rest. One is Blow-Up, which I've seen many times, and the other is La Notte, also a wonderful film, although that's mostly because of the young Jeanne Moreau. In my collection I have a copy of Il Grido, and damn what a boring movie it is. So devilishly sad, I mean. You know, Antonioni never really learned the trade. He concentrated on single images, never realising that film is a rhythmic flow of images, a movement. Sure, there are brilliant moments in his films. But I don't feel anything for L'Avventura, for example. Only indifference. I never understood why Antonioni was so incredibly applauded. And I thought his muse Monica Vitti was a terrible actress."

Está na página do IMDB do Bergman, na secção de trivia. É muito mais divertido do que qualquer homenagem que passe por "a forma como filmava e sentia o sofrimento e as imagens bonitas". Também não quero muito saber do sofrimento e das imagens bonitas, mas gostei do Sétimo Selo (não costumo usar nomes em português, mas há alguém no mundo que não seja sueco e saiba falar sueco?), o único filme que vi dele. Esta citação é gira porque morreram no mesmo dia e, apesar de não ter palavrões, tem o Bergman a chamar chato a alguém ("diz o roto ao nu"?).

M.I.A.

É impossível não adorar alguém que começa um disco de dança chunga com uma citação do Jonathan Richman, ainda por cima do tempo dos Modern Lovers. É impossível.

Kyp Malone

Kyp Malone

(e os meus pêsames para a Joana, para a minha mãe, para o João Bonifácio e para a Mafalda por causa da morte do Bergman)