Fui ver o Expendables 2. O Chuck Norris é, como sempre, ridículo, grande parte da cena meta-referencial não funciona (saídas inteligentes vindas de bocas que nem frases normais conseguem acabar, como a do Dolph Lundgren ou a do Schwarzenegger nos dias que correm, é algo muito parvo), o Van Damme tem presença, o Sly continua a divertir-se como o caraças, o Jason Statham é um boss, o Bruce Willis também fica bem ali, é mil vezes menos divertido que o primeiro, talvez por ter demasiada consciência da sua condição, etc. Mas o que me surpreendeu mais foi a tradução do Luís Zanguineto. Há dois anos, foi o Expendables que me fez ficar a conhecer o trabalho magnífico de um dos tradutores mais incríveis que alguma vez tivemos por cá. O rapaz também trabalhou na sequela e finalmente, talvez depois de imensa gente se ter insurgido contra a falta de respeito pelas pessoas que pagam bilhetes de cinema para ver filmes que foi o facto de ele traduzir "I'm out" como "estou do lado de fora", aprendeu que isso quer dizer "já não tenho balas" ou algo parecido. Escreve até a expressão várias vezes. A tradução é apenas fraca, em vez de estupidamente péssima, como é hábito do Zanguineto. Se não fosse o facto de ele este ano já me ter feito quase vomitar e sair da sala de cinema completamente irado com o The Five Year Engagement e o Attack the Block, tratados inacreditáveis de imbecilidade e de falta de competência, diria que ele melhorou, creceu, e é melhor naquilo que faz. Mas não consigo acreditar nisso.