Há cinco anos, se me falassem do Jimmy Fallon, provavelmente diria uma variação de "esse gajo é o pior de sempre". E teria razões para tal. Afinal, estamos a falar de um tipo que era conhecido pelas imitações de celebridades – e, por falar nisso, imitar vozes de outras pessoas não é um talento significativo ou válido em lado nenhum, o que interessa é a piada que está por detrás das imitações, e adorava que um dia Portugal percebesse isso, porra – e por se partir a rir em tudo o que era sketch. Um gajo que fez o Taxi – que no outro dia estava a passar na SIC ou na TVI e não é assim tão horrível como passei anos a pensar que seria, é só muito fraquinho –, alguém que tentou uma carreira em Hollywood mas falhou. Quando o anunciaram como substituto do Conan O'Brien quase chorei. "Este gajo não tem piada", pensei eu. E continua a não ter, ou, pelo menos, não tem piada natural.
Mas é divertido. E o programa dele é divertido. Pode não ser hilariante ("funny"), mas é "fun" ("divertido"). Ele é porreiro, tem um faro para boas ideias e rodeia-se das pessoas certas (os Roots e o A.D. Miles, por exemplo), isto além de ter uma cultura cómica fora do normal (ele adora aquilo, idolatra as coisas que interessam, dá espaço a boa gente). E tem momentos incríveis. Não falo do medley com o Justin Timberlake sobre a história do hip-hop – que é óptimo –, mas, por exemplo, de ter o Jeff Goldblum, do nada, a tocar piano e a cantar "Just a Friend" com o Biz Markie, um daqueles momentos totalmente gratuitos que me fazem sorrir de orelha a orelha (como o próprio Fallon sorri). Ou o Steven Tyler a cantar "Walk This Way" com o Jimmy Fallon e o Black Thought a fazerem de Run e DMC com Adidas e calças pretas. Tudo incrível, tudo delicioso. Ele diverte-se e eu também. Ele tem o melhor emprego do mundo. De sempre. Nem sequer precisa de ter piada, algo que lhe tira imensa pressão de cima.
Já para não falar dos convidados musicais em si. Que outro sítio do mundo é que pode ter Liquid Liquid, Tom Tom Club, a reunião dos Dismemberment Plan e ainda haver espaço para uma banda residente que fica tão boa a tocar "Late in the Evening" com o Paul Simon como "Bring the Noise" com os Public Enemy, "Straight Outta Compton" com o Ice Cube, "So What'cha Want" com os Beastie Boys ou canções do último do Ludacris, dos Clipse ou do Rick Ross?
Isto só serve para provar que às vezes os ódios não duram para sempre e que quem é mau hoje poderá ser bom amanhã, ou que daqui a uns anos posso olhar para trás e pensar que afinal não era assim tão mau. Continuo, porém, com a certeza de que quem faz piadas básicas com o nome "Lyonce Viiktórya" não merece uma segunda oportunidade. É que já percebemos, toda a gente do mundo sabe que o nome é estranho, ridículo e hilariante, não é preciso mesmo mais nada.
Mas é divertido. E o programa dele é divertido. Pode não ser hilariante ("funny"), mas é "fun" ("divertido"). Ele é porreiro, tem um faro para boas ideias e rodeia-se das pessoas certas (os Roots e o A.D. Miles, por exemplo), isto além de ter uma cultura cómica fora do normal (ele adora aquilo, idolatra as coisas que interessam, dá espaço a boa gente). E tem momentos incríveis. Não falo do medley com o Justin Timberlake sobre a história do hip-hop – que é óptimo –, mas, por exemplo, de ter o Jeff Goldblum, do nada, a tocar piano e a cantar "Just a Friend" com o Biz Markie, um daqueles momentos totalmente gratuitos que me fazem sorrir de orelha a orelha (como o próprio Fallon sorri). Ou o Steven Tyler a cantar "Walk This Way" com o Jimmy Fallon e o Black Thought a fazerem de Run e DMC com Adidas e calças pretas. Tudo incrível, tudo delicioso. Ele diverte-se e eu também. Ele tem o melhor emprego do mundo. De sempre. Nem sequer precisa de ter piada, algo que lhe tira imensa pressão de cima.
Já para não falar dos convidados musicais em si. Que outro sítio do mundo é que pode ter Liquid Liquid, Tom Tom Club, a reunião dos Dismemberment Plan e ainda haver espaço para uma banda residente que fica tão boa a tocar "Late in the Evening" com o Paul Simon como "Bring the Noise" com os Public Enemy, "Straight Outta Compton" com o Ice Cube, "So What'cha Want" com os Beastie Boys ou canções do último do Ludacris, dos Clipse ou do Rick Ross?
Isto só serve para provar que às vezes os ódios não duram para sempre e que quem é mau hoje poderá ser bom amanhã, ou que daqui a uns anos posso olhar para trás e pensar que afinal não era assim tão mau. Continuo, porém, com a certeza de que quem faz piadas básicas com o nome "Lyonce Viiktórya" não merece uma segunda oportunidade. É que já percebemos, toda a gente do mundo sabe que o nome é estranho, ridículo e hilariante, não é preciso mesmo mais nada.